Descrição
e Motivos de Interesse
Pelas calçadas que lhe propomos percorrer passaram,
ao longo dos séculos, vários ritmos de vida
e de festividades religiosas, resultantes do sincretismo entre
as divindades e a luta pela sobrevivência (pão).
O
ciclo do pão acompanha, de geração em
geração, ociclo da vida. Mas,
a importância do pão, nesta comunidade, reflecte-se
nas calçadas, na paisagem e numa diversidade de ecossistemas
que se complementam, nomeadamente a cultura do milho e a criação
de gado. Testemunho
disso e a extensa levada que iremos procurar, sem chegar à
sua origem (Teixo), e que noutros tempos regava os imensos
campos de milho de Soajo. São os moinhos que, como
cogumelos, se atravessam na levada para aproveitar a força
imensa da água e transformarem o grão em farinha.
As
calçadas que vamos percorrer são caminhos da
fé que, desde sempre, levam os romeiros ao Senhor da
Paz, a Senhora da Peneda, ao S. Bento do Cando e, ate, a Santiago
de Compostela. Era,
também, por estas calçadas (calçada do
Portinho, calçada de Pena Curveira, calçada
de Lages, calçada dos Estrevelhadoiros) que as manadas
de gado bovino se deslocavam, em Maio, época da transumância
ascendente, para Cova, Chã da Cabeça, Pedrada
e, mais tarde, l0 de Julho, para os montes da Peneda, de onde
regressavam a 8 de Setembro, depois da Romaria da Senhora
da Peneda. Enfim,
por estes caminhos, centenários, passaram romeiros
com fé infinita e promessas para cumprir; passaram
namorados, feitos romeiros, com juras de amor eterno; passaram
milhares de carros de tojo, para as camas dos animais e, em
Abril e Maio, adubo orgânico para os campos que iriam
receber as sementes que mais tarde, em Setembro, enchiam os
caniços (espigueiros) de espigas de milho, que mais
tarde subiriam esta calçada para, nos moinhos, os grãos
serem transformados em farinha.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
percurso não tem certificações.
Outras Informações
Não
há mais informações disponíveis
sobre este percurso pedestre.